28 setembro 2011

Cuba by Luís Rosa

 

As minhas férias

Estamos no ano de 2011, um ano difícil na política, na economia e socialmente, o que nos obriga a fazer alguns sacrifícios para além dos que já nos são impostos. Ir de férias começa a ser um luxo, quanto mais quando se viaja para o estrangeiro. Andei nos últimos anos a fazer algumas economias para poder ir a um dos muitos destinos que gostaria de visitar e, mesmo sabendo que o período é de contenção, lá fui eu, mais a minha filha e alguns familiares e amigos. Não é a primeira vez que oiço a seguinte expressão “Ir a Cuba é enquanto o Fidel for vivo, porque depois tudo muda…” e talvez tenha pesado na nossa decisão e escolhemos Cuba.


Cuba é considerada a pérola das Antilhas. A capital é Havana, nasceu em 1519, numa altura em que os navegadores europeus percorriam os mares de toda a América Central
É uma cidade ampla, detentora de um irresistível charme colonial, habitada por 3 milhões de pessoas alegres, expressivas, que parecem viver em permanente clima de festa porque a cidade possui características que se traduzem num convite permanente para se gozar a vida graças a um clima invejável (23ºC de temperatura média anual) e a um enorme céu azul e luminoso. Sem dúvida, Havana é uma das mais belas capitais latino-americanas com característica do período colonial e possui inúmeras construções históricas valiosas e monumentos construídos nos séculos XVI e XVII. 
Plaza de Armas é o mais antigo e majestoso cenário da cidade. A principal via comercial da cidade é a rua Obispo. Um dos símbolos da cidade é a Giraldilla, uma estátua de bronze de 2 metros que segura nas suas mãos a cruz de Caravaca, localizada na fortaleza La Fuerza. 
Quando visitar a Plaza Vieja, é imprescindível conhecer a casa Jaruco Count, actualmente Fundo Cubano de Herança Cultural, com inúmeras galerias de arte, e a casa das irmãs Cárdenas, actual centro da sociedade filarmónica da cidade.


Entre a segunda metade do século XVII e o início do século XIX, apareceram novos lugares, como o primeiro passeio de Havana, conhecida como "Alameda de Paula". Outros pontos são a Plaza de la Catedral, considerada o cenário arquitectónico melhor conservado da América Latina, e a Plaza de la Revolución. No centro de Havana pode-se admirar a beleza do Paseo del Prado e o Capitolio, onde fica o “km 0” (quilómetro zero), de onde são calculadas todas as distâncias da ilha.

Durante as décadas de 30 e 40 do século XX, Havana torna-se a única metrópole urbana do país e de todo o Caribe o que se reflectiu no elevado e acelerado crescimento urbanístico e populacional. Em 1952 chega ao poder o general Fulgêncio Baptista iniciando um período de forte ditadura política. Para combater a ditadura surgiu um movimento revolucionário liderado por Che Guevara e Fidel Castro, que ainda hoje governa o país.

Havana parece que parou no tempo, e hoje podemos observar exemplares dos famosos Cadillac dos anos 50 e saborear um charuto feito à mão na praça de Havana, onde o cheiro é sentido nas ruas expressando a identidade da cidade e dos seus habitantes.

Não se pode deixar Havana sem parar por um momento para sentir o sabor do melhor mojito do mundo na “La Bodeguita del Medio” que é um restaurante típico e um dos pontos turísticos fortes da cidade, por onde passaram para além de mim muitos escritores, políticos, artistas, actores, etc. E todos eles deixam a sua marca no local através de fotos, objectos ou grafites nas paredes (o mais utilizado); podes encontrar nomes como o de Errol Flynn ou Salvador Allende entre outros.


Fernando Ortiz descreve a História de Cuba como estando fortemente marcada pelo fumo do tabaco, pela doçura da cana-de-açúcar e repleta de sensualidade na sua música. Uma mescla de produtos que caracterizam um dos povos mais hospitaleiros e sociáveis dos Caraíbas, com uma simbiose da presença dos conquistadores espanhóis e do suor africano dos escravos negros.

Havana tem tudo para encher os olhos de quem a visita, pela sua história, ritmo e cor, mas acima de tudo pela sua arquitectura, que nos delicia ao passear pelas suas ruas com fachadas deslumbrantes e pinturas personalizadas com cores e temas diversificados.

 
Para ficares a conhecer bem a cidade, o ideal é passear a pé, especialmente na zona de Habana Vieja (se tiveres um diário gráfico, vais adorar). Queres ir até aos arredores da cidade? Existem autocarros ou então podes sempre optar pelo táxi.


Havana é uma cidade com muita vida nocturna, que se vive ao ritmo da música latina, por isso arrisca e aprende a dançar o mambo, o bolero, a salsa e o chachachá num dos muitos bares da cidade.


Mas agora falemos do local onde passei a maior parte destas minhas férias: VARADERO. Encontras aqui algumas das mais belas praias de Cuba e o maior complexo de resorts no Caribe. Está a 140 km a leste de Havana, 34 km a leste de Matanzas e a 16 km de Cárdenas. É o mais famoso local de praias de Cuba, está situado no litoral Norte na península de Hicacos na província de Matanzas. É uma península abrigada o que lhe confere excelentes condições, considerada por muitos como uma das melhores praias do Caribe com uma multiplicidade de hotéis. O trajecto de Havana a Varadero, que necessariamente atravessa a cidade de Matanzas (capital da província de mesmo nome), é agradável e tem duração aproximada de 2h30 quando feito de carro.

Os turistas nacionais começaram a vir para Varadero em 1872, mas o desenvolvimento internacional começou em 1930, quando o milionário Americano Dupont Nemours Irénée construiu uma grande propriedade na península. Até o chefe da máfia Al Capone vinha de férias para Varadero.


Fiquei no Tryp Peninsula que é um resort em frente à praia, com o edifício principal à entrada com restaurantes, bar, lobby e serviços. Como é normal neste tipo de resorts, estende-se até à praia, rodeado de jardins bem tratados e bonitos onde se encontram os bungalows com os quartos, as piscinas, SPA e restaurantes. É calmo e a praia é paradisíaca, com bom aspecto.

Tem piscina para crianças – enorme, com muitas sombras e actividades. À volta da piscina tem ainda piscina de bebés, parque infantil, kids club e snack-bar para crianças.

Os quartos – espaçosos e confortáveis q.b., com casa de banho completa, varanda e cofre grátis. Tem A/C, TV, rádio, CD, telefone.

Piscina dos adultos – tem bar e snack à disposição, muitas espreguiçadeiras disponíveis e alguma sombra.


Actividades e Animação – há um pouco de tudo tanto na praia como no resort, mas nada de especial e arrisco-me a dizer péssimos. Apenas o lobby bar é excelente: sempre boas vozes e muita salsa. É muito bom para as crianças, pois tem sempre uma animação divertida para os mais pequenos.

Restaurantes e Comida – Fica pelo razoável mas muito repetitivo. Existem 2 restaurantes buffet, 2 snacks e 4 temáticos. Os temáticos não me dei ao trabalho de conhecer, mas, segundo algumas opiniões, não são nada de especial, pelo que o buffet será a melhor opção. A comida é boa e variada, mas em ambos os aspectos com pequenos defeitos. Mas as refeições não deixam de ser uma “tortura” pois tínhamos de ir logo na hora da abertura, senão eram filas bastante demoradas (mais de 20 minutos) para se conseguir um pouco de carne ou peixe e com crianças não é fácil. E, claro, convinha levar uma notinha para o homem da grelha….

Higiene e Limpeza – Correu tudo bem tanto no quarto, mas, como nos restaurantes, também aqui com pequenos defeitos. No primeiro dia, dei gorjeta à “camareira” com o pedido de me deixar mais uma água e uma cerveja. Atenção às toalhas de banho e limpeza do quarto, pois estava com a minha filha, nunca falhou estando sempre à altura. O mesmo não aconteceu com as restantes pessoas que passaram estas férias comigo: havia sempre falta de toalhas de banho e a limpeza não era a melhor.

Para correr tudo bem, é dar gorjeta todos os dias nos diferentes sítios, o que não é justo para quem já pagou e não foi pouco. O pessoal não é muito simpático, pois a simpatia funciona em função da gorjeta: o sorriso aparece depois da nota!

Talvez não seja umas férias a repetir! Não correram mal, mas de todos os sítios onde estive nas Caraíbas…

Mas nem tudo é menos bom, e ir a Cuba e não mergulhar nestas águas com uma transparência fabulosa “é como ir ao Vaticano e não ver o Papa”.

As características geográficas de Varadero convida os amantes de mergulho a visitar este paraíso aquático. A península está perto de uma das cadeias mais importantes de corais com 7.000 km2, faz de sua flora e fauna que vivem do mar, navios afundados e cavernas submarinas, o principal atractivo. Desta forma, mergulhar em Varadero e presenciar paisagens de mar diversas onde zonas de areia combinam com zonas de recifes de coral, onde vivem belos peixes para serem vistos pelos mergulhadores, como peixes-leão (fabulosos), meros, búzios enormes entre outros. A água é completamente transparente e quente. Não tenho dúvida de que foram as melhores águas em que mergulhei. Os amantes de fotografia iriam ficar rendidos a tanta beleza. É muito interessante a zona de mergulho conhecida por “Parque Submarino Cayo Piedra del Norte”, onde estão distribuídos navios de guerra afundados que estão muito bem conservados, e são logo avistados mal pomos a cabeça dentro de água (tal é a transparência). Varadero tem uma zona de mergulho com mais de 10 km de extensão que contempla 32 zonas de mergulho localizadas entre Matanzas Bay e as chaves ocidental do arquipélago Sabana-Camagüey.

Fotos assinaladas com logo do blogue pertencem ao autor | Fotos sem logo tiradas da internet

Julgo que há em Varadero três centros de mergulho (Aqua Diving Center, Marina Chapelin Aquaworld e Scuba Barracuda Cuba), e todos têm mergulhadores com uma longa experiência.

O que posso concluir da minha ida a Cuba é que vale a pena passar uns dias em Havana, isso sim, e sentir a cidade, mergulhar numa das melhores águas do planeta (não estou a exagerar, são mesmo fabulosas). Em relação aos Resorts, talvez procurar uma alternativa…



Luís Rosa



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